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08/03/2013 00h05min

Animais silvestres sofrem no zoológico de Alfenas

A importância de recintos adaptados à espécies​

Os animais do zoológico de Alfenas tem pelagem descuidada, sinal de animal deprimido e  não contente com habitat.
Nos EUA não existe cativeiro em zoológico e sim área verde isolada pro público ter acesso, assim os animais ficam contentes, nutridos e além de ter espaço pra exercício físicos.
Mas aqui em Alfenas-MG, é diferente, animais isolados sem área verde apropriadas pra eles, macacos sem árvores pra trepar, onça sem uma área e vegetação pra correr. Isso sim é acabar com a vida desses animais.

Pesquisa elaborada pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) com uma equipe de 25 pesquisadores, 3 estudantes e três técnicos, indicam a importância de recintos adaptados à espécie pra maximizar a eficiência reprodutiva dos animais em extinção.
Os estudos começaram desde 1993 e essa pesquisa durou 15 meses (1ano e 3meses), trabalharam com diversas condições de recintos com 5 fêmeas do Refúgio Biológico de Itaipu, coletando amostras de fezes, individualmente, cinco vezes por semana. Com a intuição de mostrar os efeitos do estresse da vida em cativeiro na reprodução. Usando os métodos de radioimunoensaio e enzimoimunoensaio, analisaram os metabólitos hormonais de estrógenos, cortisol e progestágenos..
Os resultados segundo o professor da UFPR, comprovam que as fêmeas de pequenos felídeos silvestres, quando submetidas a recintos inadequados (pequenos e sem ambientação) sofrem de estresse crônico, o que faz aumentar os níveis de cortisol e, conseqüentemente, diminuir a atividade reprodutiva.
Pequenos felídeos como a jaguatirica, o gato-do-mato-pequeno e o gato-maracajá são especialmente sensíveis a este tipo de estresse provocado pela vida em cativeiro inadequado, ao contrário dos grandes felídeos”, explica. ”Isso provavelmente ocorre porque na natureza eles são potenciais presas de animais maiores como as onças pintada e parda e, quando alojados próximos – como costuma ocorrer em zoológicos – acabam sofrendo uma situação de estresse crônico. O mesmo ocorre quando o recinto é pequeno e sem ambientação e local para esconderijo. Eles deixam de reproduzir ou reproduzem de forma muito inconsistente.
A maioria dos zoológicos latino-americanos ainda apresenta condições bem longe dos ideais no que diz respeito ao abrigo dos pequenos felídeos. Mas algumas medidas simples poderiam ser tomadas para corrigir a situação. A idéia é  imitar a condição em que o animal vive na natureza, não apenas aumentando o tamanho dos recintos, mas promovendo o enriquecimento ambiental com troncos e plantas e locais que possam ser utilizados como esconderijos – pontos de fuga. No processo, é bom lembrar ainda que esses felídeos neotropicais normalmente têm hábitos solitários quando em liberdade. Hábitos estes que precisam ser respeitados para diminuição dos níveis de estresse.
Os efeitos do estresse na reprodução já foram investigados por outros pesquisadores não apenas nos felídeos, mas em várias outras espécies, principalmente de animais domésticos. O estudo desenvolvido na UFPR difere dos demais devido ser realizado primeiramente com os pequenos felídeos sulamericanos e com monitoramento em longo prazo, através da coleta e análise das fezes.
O estresse reduz a capacidade reprodutiva das fêmeas, através de uma menor atividade folicular ovariana, traduzida em menores concentrações de estrógenos, ou seja, a fêmea deixa de manifestar cio ou passa a ter períodos de anestro – sem receptividade sexual – mais prolongados. No caso dos machos, pode ser observada uma diminuição da qualidade espermática e mesmo da libido, causada por uma diminuição da concentração de testosterona. “O estresse do cativeiro é uma importante causa de baixa eficiência reprodutiva, mas não podemos esquecer a nutrição inadequada e os erros de manejo, causas importantes de baixa reprodução”, conclui o pesquisador da UFPR. “É o conjunto de atividades para o bem-estar do animal em cativeiro que poderá contribuir para a conservação de várias espécies da lista de ameaçadas de extinção.

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